Só se deixam partir os abraços que já foram eternos. Instantaneamente eternos. O abraço das almas, que se utilizam livremente do corpo físico para se envolverem. São aqueles abraços que, de tão eternos, sabem que estão condenados à ruptura. Por isso, são mais bonitos. Mais doídos. Mais gostosos. Saudosos. Desejados. E, por isso mesmo, partidos. Porque eternos.
(Depois de Almodóvar, Penélope e o estranho amor de Caetano – quem precisa de pastorterreirobanhodeáguaseteervas pra sessão do descarrego?).